Sobre o blog

O Pequeno Manual de Sobrevivência foi pensado como um blog que procura dar uma pequena ajuda no dia-a-dia através de textos sobre bem-estar, relacionamentos, pensamentos, questões do dia-a-dia ...

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Sofrer, perder e viver em São Paulo

Posted by Fernanda on 00:28 in


Texto por: Fernanda Sevaroli

Sou uma dessas pessoas que particularmente não sabe viver em outro lugar que não seja São Paulo. Mesmo assim, eu não poderia deixar de dizer o quanto essa cidade às vezes me frustra com os absurdos que somos obrigados a passar.

Aqui em São Paulo, tem horas que tudo é difícil: pegar ônibus, ter o próprio carro, apartamento, ou até tirar um simples documento.

Sempre achei que por volta dos meus 26 anos, eu teria como ir pagando minha própria casa ou apartamento, que ônibus seria apenas uma opção e que após terminar a faculdade, arranjaria um bom trabalho sem maiores dificuldades. Com o tempo, fui percebendo que a vida não é bem assim, a não ser nas novelas.

Ter carro em São Paulo muitas vezes deixa de ser uma solução para se tornar um problema. Você pega trânsito em todos os lugares possíveis, gasta o que não tem nem para comer para pôr gasolina, pagar seguro e se vê obrigado a deixar seu automóvel na mão de terceiros sem saber se ele vai estar lá quando você voltar.

Aqui também, tempo e dinheiro são inversamente proporcionais, ou no mínimo estranhos. Um trajeto que você faria em 15 minutos a pé pode levar 40 minutos de carro. Uma nota de R$50,00 se transforma facilmente até o final do dia em uma nota de R$5,00.

Ir de ônibus também não é fácil... Se não bastasse ter que pagar R$2,70 para ir de pé, alguns motoristas acham que estão carregando uma boiada no ônibus. Não vou dizer que são todos, alguns motoristas são muito bonzinhos, mas acho que para ser motorista de ônibus teria que haver um curso de “como dirigir para humanos”.

Teve um dia que o ônibus que eu tinha que pegar demorou mais de uma hora. Não sei porquê, tive a pequena sensação de que ele não ia vir mais. E como eu estava suada, stressada e atrasada não fui a lugar nenhum. Saí do ponto, e quando já estava há dois quarteirões de distância, vi o ônibus descendo, e virando em um outro lugar que não tinha nada a ver com o ponto onde eu o pegava.

Tive que ficar perguntando para metade do bairro o que havia acontecido para só então descobrir que o ponto do ônibus havia mudado. Essas horas que eu me pergunto: internet e rádio para que NÉ?

Trabalho é uma questão de sorte. A não ser que você tenha um bom QI (quem indica),é difícil arranjar um emprego, afinal há 200 mil pessoas que poderiam fazer o mesmo trabalho no seu lugar, por um salário ainda menor.
Quando isso acontece, a opção é ir sobrevivendo com um salário bem abaixo do valor ao qual você teria direito até conseguir um outro emprego. Por via das dúvidas, não deixe de pôr no seu currículo que além de ser um ótimo profissional, você também sabe fazer um bom cafezinho.

Apesar de todos os poréns, de todos os problemas, posso te dizer que não trocaria São Paulo por nada. Há tantos lugares e pessoas que hoje fazem parte da minha vida! Tudo o que sou e tudo o que tenho estão aqui.

Amo São Paulo, mas sinto como se fosse aquele tipo de amor doentio no qual você se sente abandonado, e mesmo ele te dando as costas sempre, você vai e telefona, acha que não consegue viver sem ele e sai correndo atrás dele, pensando que quem sabe o outro pode mudar e que apesar de todo o sofrimento, haverá algum tipo de felicidade.

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